terça-feira, 21 de agosto de 2007

Branco e Preto


Por José Nunes Brasquim
Yin Yang - O equilíbrio apresentado como espíritos - foto retirada do sitio (
www.sallymaxwellsart.com)


Atenção este artigo é uma teoria sobre comportamento social de autoria do idealizador deste blog, qualquer reprodução de texto ou conteúdo deve-se constar o nome e propriedade intelectual - a responsabilidade de interpretação é apenas do leitor.

Uma estrela ilumina um palco de multidões – todos escutam sua linda voz em espasmos e excitação. O artista deveria estar feliz, mas não, ele é só mais um ponto luminoso no topo de uma grande cadeia. Aqueles embaixo fissurados, são fãs enfeitiçados, por um tipo de vício nebuloso e prazeroso.

Quando duas faces, uma brilhante e outra escura se encontram a face mais clara ativa um mecanismo, que muitos chamam de atração – sina igual à de insetos seguindo a luz forte de uma lâmpada de 100 watts, um ato sucedo de suicídio. A atração é um caminho lúcido do desejo, mas não deixa a ser um conjunto de instintos de difícil controle.

A música e a arte em geral é um braço de um instinto lógico pertencente ao indivíduo que faz dela existir, o outro é o indivíduo que recebe parte deste instinto – uma troca de ego. Essa efetivação ocorre devido à falta de atributos especificamente semelhantes, ou seja, um enfermo precisa da habilidade do médico assim como a verdade precisa da mentira e a loucura da sanidade.

Somos algozes de um sistema de complementação e equilíbrio. É uma fonte normal instintiva da vida. Ela busca de alguma forma equilibrar as coisas. Um cego pode ter uma audição ou uma condição de tato melhor do que uma pessoa sem deficiência visual – o equilíbrio é um ponto certo, mas não unânime já que existe um paradoxo exatamente na lei da atração: onde há equilíbrio existe desequilíbrio, uma razão muito usada na questão tempo e espaço.

Desequilíbrio

Coloque três pessoas de diferentes habilidades numa ilha deserta: um artista plástico, uma vocal (cantora), e um diretor de uma grande empresa de comunicação – o objetivo seria avaliar o comportamento e quão as necessidades afetam o convívio social. Independente do desespero de ambos e sendo posto que seja um teste de egos – chega-se a conclusão que o diretor (empresário) pensaria em optar por uma das habilidades, isso se convier com o interesse da empresa.

A necessidade impere em uma disputa vão pela sobrevivência. A cantora canta por ser a única coisa que sabe fazer, o artista plástico vislumbrado com a essência paradisíaca do local desenha na planta de areia, o diretor tenta resolver problemas dando ordens aos dois, pois assim faz no seu ambiente de trabalho. Atividades distintas, mas que relativamente não ajudariam em nada numa ilha deserta.

O ser humano sabendo de suas limitações criou uma alternativa de tentar desviar dos problemas. Nós chamamos isso na forma verbal de planejar. Quando o homem começou a planejar antes de usar suas habilidades, muitas dificuldades foram resolvidas: A carne que antes apodrecia causando doenças teve seu processo de putrefação retardado inicialmente por uma especiaria (o sal), mas tarde o resfriamento através de tecnologia tornava essa arte rudimentar, no esporte o plano ganha um novo nome - tática - o objetivo é o sucesso e a derrota.

Não são todos os seres humanos que conseguem executar o planejamento de sua arte. Eles necessitam que outros se apropriem delas – parasitas – para aperfeiçoar a habilidade. A estrela – o ídolo é o conjunto desse aprimoramento. O individuo reflete a aura com maior força sobre uma platéia ou uma multidão de telespectadores incapacitados de mesma disciplina.

A atração é necessária para complementar o que o individuo não possui – em uma ilha deserta, porém a aura menor não atinge os três ali isolados, uma crise de egos ocorre e posteriormente o instinto sexual também. O humano precisa absorver o maior número de habilidades possíveis de diferentes indivíduos, se isso não ocorre, instintos animalescos surgem e toda estética e ética são esquecidas para dar lugar há um conjunto de fatores, entre eles a agressividade.

Dois homens numa ilha deserta e uma cantora – a atração não permite dois vencedores, mas o bom senso é um cônjuge do ser humano quando racional – com a ética social praticamente morta a competição toma início. A habilidade ali não tem o efeito de uma grande massa e o instinto não pensa em dividir em pedaços a fêmea.

Suponhamos que apenas a mulher encontra-se sã de suas capacidades estéticas e éticas. Ela buscaria um jeito de fugir dos dois homens? Talvez. Mas a mulher é subserviente da vaidade, o que já é um instinto. Em uma ilha deserta há muitos meses, em completo isolamento seria um animal assim como qualquer homem com sede de sexo. A atração torna-se então uma linha irracional e selvagem.

Emoções

O homem planeja e mesmo assim é passível de erros – o sentimento e a própria razão acaba por muitas vezes interferir em uma situação de extrema concentração – a consciências dos atos é o retrato da habilidade de ser humano. Quando três pessoas distintas têm esta removida o lado considerado racional se extingue e assim como um escritor trabalha um novo mundo, o novo mundo trabalha o pintor, a vocal e o diretor – em uma ilha deserta a vida é uma piada.

A estrela está morta, seu público ama agora outra e assim outra. A cadeia continua e a idéia de um príncipe por trás das ações, não é vista de agrado. A lei da atração funciona ao grau de otimismo que o tempo resiste. O ser humano é muito passível de pessimismo, essa é a realidade do instinto. A jovem vocal foi estuprada, o artista morto, o diretor saciado o seu desejo – e coberto por uma fração da energia dos outros dois tem sua mente abalada por remorsos de algo sem concerto.

O público continua eufórico, pois existem dezenas de estrelas no céu alimentando o ar vampiresco – e como parasitas, gritam os nomes delas, e festejam o poder que os outros têm sobre eles. O homem é um produto de seu próprio produto, ele vende a si e sua fêmea, e educa sua cria para ser vendida. É um planejamento básico da espécie humana. O diretor tenta de alguma maneira consolar a vocal, mas o medo atribuído a cena já sabe a resposta da mulher. A indiferença é uma força obstina de atração e instintos, a reação sempre é involuntária a razão e o poder um cumprimento da dor.


quinta-feira, 2 de agosto de 2007

20 anos de Metal Gear Solid

Solid Snake velho - Metal Gear Solid 4: Guns Of The Patriots. Foto retirada do sitio IGN

Criado há 20 anos por Hideo Kojima, Metal Gear Solid, é uma série que simula espionagem e ficção científica, um grande sucesso da Konami que mudou a forma com era feitos os jogos eletrônicos e impulsionou o sucesso do primeiro console da Sony. Com sutileza e gráficos simples para época, Kojima aproveitou-se das limitações do MSX2 (popular computador dos anos 80) e com grandes idéias converteu ao mundo personagens misteriosos, mas sobre tudo soube trabalhar o confuso mundo militar tornando divertido arte de espiar escondido.

Conflito frio - I

Nos anos 80 o mundo ainda vivia sobre o cerco de duas grandes potências, de um lado tínhamos a forte economia de consumo e capital os Estados Unidos, do outro estava a União Soviética já sofrendo o enfarto de crises alcançadas com o socialismo. A guerra fria era justamente a disputa muda entre capitalismo e socialismo. Os jogos eletrônicos começavam a despontar como brinquedo de criança.

O rock poderoso dos anos 70 sofria uma perda significativa de qualidade. O Led Zeppelin acabava junto com os gritos histéricos de Robert Plant e a bateria lunática e perfeita de John Bonham. O rap levantava-se popularmente entre a cultura negra, e um novo notável brilhava nos estandes de lojas dos Estados Unidos e Japão. Mário foi à locomotiva que consumou o mercado dos vídeos jogos e colocou a Nintendo no poder por 10 anos até a chegada do Playstation nos anos 90.

Metal Gear e Playstation são uma longa história de amor, mas não de fidelidade. O console da japonesa Sony era um tipo de projeto de risco, pois entrava em um mercado totalmente dominado por outras duas empresas – Sega e Nintendo. Porém, a Sony tinha uma carta na manga: seu console conseguira reproduzir o 3D com exatidão, inaugurando uma nova forma de se fazer jogos. O sucesso atingiu o público adulto ainda modesto, que se apaixonara pelos modelos bem próximos do real.

A política dos jogos também ganhava mais vigor na violência e na qualidade de suas histórias. Tava na cara que o produto se tornara lucrativo devido ao consumo de um público mais maduro. Metal Gear Solid quando foi lançado mostrava uma atmosfera cinematográfica. Você controlava um personagem sobre um ambiente tridimensional, mais não destruía cubos ou puxava caixas. O seu personagem tentava ofuscar-se de câmeras, pegadas deixadas na neve: e tinha um roteiro digno de filme hollywoodiano. O desafio era inteligente o que ocasionou uma popularidade do título, que migrou também para os PCs. Ele ainda recebeu uma nova versão para Game Cube, aproveitando-se do poder do console.

Ficção - II

O universo renderizado pelo computador assumiu uma nova possibilidade de interação com os jogadores: a guerra fria já havia terminado, mas uma nova guerra agora seria montada. Sun Tsun mostrava a barganha do poder para o mundo empresarial. A genética ganhava avanços importantes, e uma ovelha que mais tarde inspirou o nome de um refrigerante cicatrizava a palavra clone na ciência médica e provocava polêmica mundo afora.

Na ficção de Kojima o termo clone e supersoldado é tratado naturalmente como um avanço bélico assediado por terroristas, militares e corporações. Na realidade muito se falta para se produzir algo parecido como Snake e seus irmãos de genes, ou até mesmo o 'metal gear', mas nada é considerado impossível em se tratando de humanidade. Não existe uma razão para crer que militares tenham projetos secretos no desenvolvimento de super-humanos, é também lógico dizer que não há nada provando o contrário.

A série de Kojima explora o conflito de interesses entre partes governistas que buscam uma arma definitiva para o controle tático do mundo. É claro que o jogo atinge o conceito diversão e naturalmente uma condição de produto de consumo. Mas existe muitas dúvidas sobre o que os governos fazem em suas instalações secretas o que põe muito a imaginar na existências de projetos de super-humanos e máquinas letais de destruição em massa.

Esboço do monstro bípede (Metal Gear Ray)


Metal Gear Ray - finalizado ( Metal Gear Solid 2 : Sons Of Liberty)

O quarto jogo - III

Uma das grandes sacadas do jogo durante esses 20 anos de existência é o monstro bípede conhecido por Metal Gear, uma incrível arma de destruição capaz se mover em diversos tipos de terrenos. Do modelo primário para o mais recente título Metal Gear Solid 2, notou-se uma mudança significativa na arquitetura do transporte bélico. O designer optou pela aparência mais animalesca, oscilando entre um lagarto paleozóico e um humanóide, além de asas que assemelham-se a de um besouro.

No quarto game da série o produtor envelheceu o personagem dando a ele e ao universo do jogo características decadentes, no que se parece em uma guerra futurista. Os monstros bípedes possuem membros artificiais coberto de tecidos vivos - em um dos vídeos as criaturas são feridas por Raiden (personagem polêmico do segundo jogo para ps2) e fluidos que aparentam ser glóbulos vermelhos escoam de suas pernas e outras partes como por exemplo o tronco - algo já utilizado em séries animadas como ZOE e o 8º Homem - ambas japonesas.

Metal Gear Solid 4 também vai marcar mudanças na jogabilidade da série. Em um vídeo liberado há pouco tempo. O personagem mostra interação com o cenário que será destrutível, uma nova visão para mira, camuflagem inteligente de acordo com o tipo de terreno, possibilidade de se mover enquanto está mirando em primeira pessoa, novos movimentos furtivos, como atirar deitado de costas para o solo e rolar para o lado quando necessário. Detalhe notado é a adoção do controle total da câmera famoso em jogos estadunidenses.

Ainda existem muitas especulações sobre o conteúdo do jogo e sua plataforma de lançamento. A Konami por hora afirma um lançamento para Playstation 3, mas não nega uma possível versão para Xbox 360. Metal Gear Solid 4: Guns Of The Patriots está previsto para o ano que vem e tem tudo para ser o grande sucesso de vendas que a Sony precisa para voltar a ter a confiança do mercado. Também está em planos de produção uma película baseada no mundo de Metal Gear Solid e um jogo totalmente on-line.

Ela falou o meu nome

Em uma noite ela falou o meu nome. Tinha tanta coisa que nem me passou onde estávamos: ainda com certo sono a interrompi com um sopro na orelha. Ela sorriu e me beijou.

Dancei com ela até musica acabar. Finalmente cansado me pus a tocá-la, comecei gentilmente a acariciar seu rosto – realmente era muito linda, tinha um pouco de sardas na região do nariz, tinha um gracioso sinal entre o acervo dos lábios e o queixo. Aquilo me deixava louco – tudo isso pra mim – pensava em constante excitação.

A música recomeça, mas a impeço de partir – encosto meus lábios e de encontro ao dela lhe roubo um delicioso beijo. O sonho termina quando o instante terno calor da sala empoeira-se no meio de nada. Onde está a linda jovem que acalentava a minha presença? Não estava mais. Nada estava: por um instante me dei conta de que estava encima de jornais. Velozmente peguei o que pisava e na primeira página do diário vi um rosto que refletia no chão encerado com os seguintes dizeres, “Encontrado corpo de jovem casal em casarão abandonado”.