quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Pro Evolution Soccer 2008: O fim da simulação


Não é de hoje que a série de futebol da Konami vem perdendo o seu foco principal, a simulação. Fãs de uma peladinha digital ficaram surpresos com a facilidade que a edição 10 de Winning Eleven apresentou. Uma jogabilidade amigável e de maior acesso a uma população pouco interessada em simulação.

Winning Eleven 10 veio como promessa de lucros, já que no ano de 2006 aconteceria a Copa do Mundo na Alemanha, nada mais justo que aproveitar o marketing financeiro. A conquista de novos jogadores encantados com a festa do maior evento esportivo depois das olimpíadas, o baixo desempenho nas vendas em relação o até então árcade – FIFA Soccer – da gigante norte americana Eletronic Arts, propiciaram uma mudança de foco e mercado.

Pro Evolution Soccer 2008 é o titulo amigável para jogadores descompromissados com regras banais do futebol, onde o ataque prevalece sobre a defesa. Como explicar isso? Para quem jogou WE a saturação e a pouca evolução desaponta. Bugs antigos e chatos não foram concertados na geração PS2 e o fato de alguns equívocos ocorrerem principalmente na distribuição de pontos nas habilidades de jogadores fora da Europa torna o jogo irritante.

A defesa é pífia e inútil contra atacantes com a habilidade, estabilidade’ acima de 85. Jogadores como o sueco, Zlatan Ibrahimović, fazem a festa com a zaga. Para evitar uma chuva de gols a produtora optou por diminuir a precisão em lances cara a cara com o goleiro – que, diga-se de passagem, é uma tremenda sacanagem. A inteligência artificial não é tão podre, mas o constante choque entre jogadores e a falta de sincronismo da defesa com o ataque prejudicam o título.

Os escanteios são um dos caminhos rápidos para se chegar ao gol. É comum jogadores de baixa estatura como Lionel Messi, marcarem um gol sobre pressão de jogadores altos. Na vida real os zagueiros avançam como atacantes – tática dos treinadores para aproveitar o tamanho dos defensores. Outro erro grave, mais não muito comum é a bola atrasada para o goleiro, que vira e meche ocorre.

O futebol virtual para a nova geração de consoles é pior. Nota-se a pressa dos desenvolvedores em entregarem o título em um prazo curto. Neste é possível correr com o defensor da sua área a outra sem ser interrompido e marcar um gol de super craque. Os goleiros estão realistas tomando gols aceitáveis. Existe a presença de assistentes, ausentes no Playstation 2, belos gráficos e física bacana.

A movimentação é pior que a versão de Play 2, os jogadores correm demais. Uma das preocupações apontada pela Konami para o lançamento do jogo são os altos custos de produção e a concorrência com a série FIFA. A empresa veio a público explicar que o jogo poderia vir a ser melhor se não houvesse uma necessidade de um lançamento precoce.

Se o jogo da Konami foi uma total decepção, o mesmo não ocorre com FIFA Soccer 2008 da EA. O titulo da empresa canadense é o mais realista que já foi lançado. Os gráficos são bonitos, a trilha sonora é bacana, os times são licenciados – uma pena a ausência da liga argentina e uruguaia. Portanto para quem pensa que, Winning Eleven ainda é o rei dos gramados virtuais, o jeito é economizar dinheiro e torcer para que em 2009 a Konami limpe a merda.

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